Neste dia fizemos bastante coisa:
Fomos a pé do nosso hotel até a Potsdamer Platz: esta praça foi severamente bombardeada durante a segunda guerra. Com a construção do muro em 1961, a Potsdamer acabou sendo dividida em 2 e até a metade dos anos 70 os prédios que existiam acabaram sendo demolidos e se tornou um local vazio. Com a queda do muro, o local voltou a atrair investimentos. Lá se encontra o Sony Center, do qual falarei posteriormente.
Potsdamer Platz
Entre a Potsdamer e o Portão de Brandemburgo (Brandenburger Tor) demos de cara com o Memorial aos judeus mortos no holocausto. São 2.711 estruturas cinzas que nos fazem para para pensar, refletir…
Memorial ao Judeus Mortos
Do Memorial fomos para o Portão de Brandemburgo, na Pariser Platz, que é o cartão postal mais famoso de Berlim. Séculos atrás, a ainda pequena cidade de Berlim era cercada por muros, numa espécie de fortaleza, e o portão de Brandemburgo era um de vários portões usados para entrar na cidade e agora ele é o único destes portões que ainda existe.
Sobre o arco está a “quadriga” (estátua da deusa grega Irene – deusa da paz, em uma biga puxada por quatro cavalos). Suas dimensões são: 26 m de altura, 11 m de profundidade e 65 m de largura. (visto de frente).
Portão de Brandemburgo
Atrás do Portão, além do muro que passava, está o Tiergarten, que é o segundo maior parque de Berlim. Se estende desde a Potsdamer Platz até a estação Zoologischer Garten.
Tiergarten
Saindo do Tiergarten e voltando ao Portão, andamos pela Unter den Linden, que é uma das mais bonitas e famosas avenidas de Berlim. Tem 1,5 km de extensão. Ela fica à frente do Portão e pertencia ao lado Oriental. Possui 2 pistas e um canteiro central arborizado, mas que boa parte estava em obras.
Poucas quadras depois, chega-se à Friedrichstrasse, que é uma rua cheia de lojas, inclusive de grifes famosas, onde existe até uma Galerias Lafayette, bastante famosa em Paris.
Bem, daí seguimos andando até o Gendarmenmarkt, que é considerada por muitos Berlinenses como a praça mais bonita da cidade. A praça é composta por 3 belos e harmoniosos edifícios: no centro a Konzerthaus (casa de concertos) e as praticamente idênticas Französischer Dom (catedral francesa) à direita e a Deutscher Dom (catedral alemã). No centro da Praça ainda tem uma estátua do poeta Friedrich Schiller.
Gendarmenmarkt
A partir da praça, no caminho de volta para o hotel, fomos até o Checkpoint Charlie, na Friedrichstrasse. Esse local era um posto militar na fronteira entre Berlim Ocidental e Oriental durante a guerra fria. O Checkpoint Charlie era um dos 3 postos utilizados pelos aliados e seu nome indica a terceira letra do alfabeto de acordo com o alfabeto fonético internacional (Alpha para a letra A, Bravo para a letra B, Charlie para a letra C, etc.).
Checkpoint Charlie
Na esquina do Checkpoint também há uma exposição contando um pouco sobre a guerra, o fim dela, derrubada do muro… tem até dois pedaços do muro exatamente onde ele passava.
Há uma quadra dali, está a Topografia do Terror, agora já estamos bem próximos ao nosso hotel. Deixamos para ir nela por “último”, assim voltaríamos para o hotel para buscar nossa entrada para a última atração do dia, ou quase a última, como veremos a seguir.
Voltando para a Topografia do Terror, é um local super interessante para se conhecer, as exposições são super enriquecedoras, nos mostram e ensinam detalhes sobre este capítulo triste da história recente. São várias histórias sobre famílias judias retratadas nesse espaço que foi montado onde era o quartel general da Gestapo, a polícia nazista mais temida da época. Ainda tem um trecho do muro de Berlim para quem quiser vê-lo e tirar uma foto. Além disso a entrada é gratuita.
Topografia do Terror
Voltamos para o hotel, deixamos algumas coisas q pesavam nas nossa bolsas/mochilas e partimos para o Reichstag! Já tínhamos passado por ele quando visitamos o Portão de Brandemburgo, mas desta vez, com autorização em mãos, faríamos a visita à cúpula!! Só tenho a dizer que realmente vale muito a pena! Super organizado, sem demoras, áudioguia em português e uma bela vista da cidade. O Reichstag é o prédio do Parlamento Alemão e a visita foi 100% grátis!
Reparem na foto abaixo em que coloquei uma seta indicando a cúpula.
Reichstag
Reichstag
Depois da visita ao Reichstag, nós fomos até a Starbucks do Portão de Brandemburgo e ficamos aguardando anoitecer, mas como lá só anoitece mesmo depois das 21h, decidimos jantar num restaurante super transado que pegamos a dica num outro blog.
Starbucks
Na estação do Portão, pegamos um metrô até a estação que esqueci o nome e fizemos mais uns 10 min de caminhada por um bairro residencial bem legal e fomos jantar no bem recomendado Transit (comida asiática). E não nos arrependemos! Adoramos o local, posso falar mais dele depois… Estava lotado de gente nova, clima bem legal!
Transit
Voltamos a pegar o metro até a Alexander Platz para ver a praça e a Berliner Fernsehtur à noite!
Alexanderplatz
Não contentes, lá pelas 23h pegamos um metrô para tirarmos fotos noturnas do Portão de Brandemburgo! Vejam como valeu a pena!
Portão de Brandemburgo à noite
Depois deste dia exaustivo, estava com dor de garganta… Fomos para o hotel dormir…Ventava demais na cidade!! Acho que passei mais frio em Berlim do que em Zermatt nos alpes suíços…
Curiosidades de Berlim:
1) Boneco do trânsito: Ampelmann – Quando a Alemanha se separou não havia ainda o sinal de trânsito para pedestres. Em 1961, na Alemanha Oriental (DDR), o psicólogo de trânsito Karl Peglau teorizou que as pessoas reagiriam melhor a sinais de trânsito menos impessoais e mais simpáticos, ou com os quais se criasse, de alguma forma, um laço afetivo. Assim sendo, Peglau criou o Ampelmann, ou numa tradução literal, “o homem do semáforo”, e o ícone se espalhou pelas ruas da Alemanha Oriental.
Com o fim da DDR, várias realizações do lado oriental caíram por terra, sendo engolidas pela lógica da Alemanha Ocidental. Talvez seja por isso que ainda exista, de alguma forma, não um saudosismo do povo com relação a DDR, mas sim com relação a algumas boas idéias e hábitos que foram completamente abortados depois da unificação, como por exemplo, o sistema de creches, que era muito mais eficiente e de fácil acesso à todos antes da queda do muro. Com a queda do muro, iniciou-se o movimento de padronizar a sinalização de trânsito na Alemanha, evidente adquirindo o símbolo característico ocidental, semelhante aos outros lugares do mundo. A revolta foi imediata! Os moradores do lado oriental reclamaram e chegou a se realizar uma votação para saber se a população queria o ícone universal ou se queria o símbolo oriental.
Ganhou, é claro, a manutenção do simpático boneco de chapeuzinho . que, de certa forma, acabou virando literalmente, um ícone de uma certa resistência objetivando conservar coisas positivas da DDR.
Ampelmann
2) Tijolos no chão marcam por onde passava o Muro de Berlim e está presente na cidade toda.
indicação de onde o muro de Berlim passava